Miguel Sousa Tavares - "Nunca tantos souberam tão pouco sobre tantas coisas"



Por Diogo Pereira
diogoatpereira@gmail.com
Miguel Sousa Tavares começou por seguir os passos do pai na advocacia mas cedo largou as leis para enveredar por outro caminho que também o seu progenitor havia seguido: o jornalismo. Filho de Sophia de Mello Breyner, também a escrita faz parte dos genes daquele que é um dos comentadores mais controversos em Portugal. Já foi jornalista mas agora não se considera membro do quarto poder embora tenha notórias preocupações com o futuro da profissão. Apologista da saída dos órgãos de referência da internet Sousa Tavares não gosta do ritmo acelerado da informação de hoje e não imagina o mundo sem o objeto físico do jornal. Entre um cigarro e um café o escritor recebe-me no seu quartel general, a sua casa, no centro da capital, onde passa grande parte dos seus dias rodeado pelos principais jornais nacionais e internacionais, a internet e a televisão, as suas muletas para estar a par de tudo o que o mundo conta.

É mais importante dar melhor ou dar primeiro?

Essa é a grande questão. Atualmente o dar melhor está a ser vencido pelo dar primeiro. E o grande obstáculo que a imprensa enfrenta hoje em dia, principalmente a imprensa escrita, é conseguir bater a rapidez dos outros meios de informação. Costumo dizer que nunca tantos souberam tão pouco sobre tantas coisas, porque a informação instantânea permite que as pessoas estejam constantemente a receber títulos de notícias no telemóvel ou no computador e com isso julgam-se informadas e, de facto, não estão informadas. Por exemplo, recebem uma informação a dizer "Obama disse que vai atacar a Síria" ou "A Síria fez um ataque químico", mas falta-lhes todo o background sobre a situação histórica, geográfica e geopolítica da Síria e o que é que implica isso ou o que é que isso significa – Quem são os aliados da Síria? Quem são os clãs? Quem são as tribos? Quem são os familiares do Asad? Tudo isto é necessário para compreender um assunto e assim é difícil saberem muito sobre alguma coisa. Eu, que venho de uma geração que acreditou que o jornalismo de qualidade seria sempre determinante sobre tudo o resto e como leitor de jornais, prefiro melhor do que mais rápido, sem dúvida.



Que sociedade é esta que estamos a criar que não quer saber de nada? Ou que quer saber de tudo?

É uma sociedade instantânea, em todos os aspetos. A velocidade da informação é uma coisa diabólica. Posso dar-lhe um exemplo: às segundas tenho que comentar três assuntos na SIC, que são discutidos ao final da manhã entre mim e eles e desde o final da manhã até às oito da noite eu tenho que estar constantemente atento a tudo: todos os canais de televisão portugueses e estrangeiros, todos os sites de informação, tudo, porque nada é definitivo, tudo se atualiza constantemente. Se vou falar sobre a situação económica portuguesa, por exemplo, eu também tenho que estar atento aos números que mostram a situação na Grécia, porque isso pode ter relação com Portugal, portanto obriga a uma atenção constante, que eu não acho que seja necessariamente melhor informação.



O Miguel tem defendido que os jornais de referência, deveriam largar a internet. Disse, inclusivamente, que se fosse diretor de um jornal sairia imediatamente da internet: não acha que com esta opção poderíamos estar a regredir civilizacionalmente? No fundo estamos a recusar um meio porque não conseguimos fazer dinheiro com ele.

Não se pode falar em recusar um meio novo, nem atraso civilizacional, nem virar as costas ao futuro e ao progresso. Não é disso que se trata. Trata-se de saber se no mercado concorrencial de informação que existe hoje em dia os jornais ganham ou perdem em estar online. Eu acho que perdem. Não há nenhuma prova em contrário. Aliás, justamente o que se discute hoje em dia é o que é que os jornais ganharam em estar online. Temos experiências em Inglaterra e uma nos Estados Unidos, pelo menos, de jornais que fizeram o contrário: saíram do online, aumentaram o preço de capa e investiram na redação a sério e as experiências estão a correr bem. Há um grande pânico na imprensa escrita em relação ao online, eles acham que se ficarem para trás deixam de existir. Os jornais acham que não podem perder este comboio sob pena de desaparecerem, acham que os leitores do papel, precisam de saber que eles estão online todos os dias. Não acho que seja assim.

Tendo em conta esta questão da notícia quase instantânea não acha que os jornais diários podem deixar de fazer sentido?

Não sei o que será o mundo sem jornais. Mal comparado, sinto um bocadinho a mesma coisa quando me falam dos e-books, não sei o que será o mundo sem o objeto físico do livro, nem sem o objeto físico do jornal. Nenhum jornal online poderá dar a capacidade de reflexão que uma boa informação necessita, por exemplo, a estratégia do Correio da Manhã é ter grandes fotografias, um tipo de jornalismo sensacionalista, e nenhuma notícia pode ocupar mais do que x parágrafos, aquilo é feito para gente que não gosta de ler, que, teoricamente, gosta de saber umas notícias, mas não tem pachorra para ler. Isto talvez caiba no online mas explicar a situação na Síria não cabe no online, nem de longe nem de perto. Não chega lá. Mais vale ir à Wikipédia que ir aos jornais, eles não vão ter capacidade de fazer isso. O que nós podemos dizer é que, eventualmente, todos os jornais diários terão que ter uma redação só para fazer online e outra só para fazer o papel impresso e que o papel impresso, vai ser só para assinantes, talvez.


Outro dos problemas que se colocam ao jornalismo atual é a polivalência dos jornalistas...

Não acho isso mau. Acho isso bom. Quando eu comecei a fazer jornalismo na televisão, saía para a rua com cinco pessoas na equipa, hoje em dia sai um jornalista e outra pessoa. Começou por ser o jornalista a conduzir o carro, em alguns casos, e depois passou a fazer muito mais coisas, passou a carregar os tripés, passou a carregar luzes, etc. O jornalista, hoje em dia, deve ser capaz de fazer tudo, isso é uma das coisas que mudaram, de facto. O jornalista que simplesmente se senta ao computador e não quer saber de mais nada deixou de existir.



O jornalista deve ser capaz de fazer tudo, mas deve fazer tudo em simultâneo?

Acho que sim. Temos que mudar a cabeça e a organização de trabalho próprio, porque o jornalista deve ser capaz de estar a fazer uma notícia para o jornal e simultaneamente estar a fazer um resumo dela para o online, deve ser capaz de transformar essa notícia numa peça de televisão instantaneamente, ou em notícia áudio, para a rádio. Deve ser capaz de fazer tudo, inclusivamente até acho que devia ser capaz de paginar, e lá chegaremos. Assim como hoje em dia os jornalistas da televisão já montam, eles próprios, as peças, em vez de irem para uma cabine de montagem com um montador, à exepção de alguns casos muito especiais que requerem um editor de imagem bom.



Reparei que não tem um smartphone...

Nem tenho smartphone, nem Ipad. [risos]


Há quem costume dizer que "de médico e de louco, todos temos um pouco", mas agora alterava um bocadinho este ditado e diria que "de jornalista e de louco todos temos um pouco". Quero com isto dizer que qualquer pessoa faz informação na rua e o Miguel é crítico relativamente a esta forma de se fazer jornalismo, mas não acha que estes meios devem ser utilizados e tidos em conta na hora de ter uma fonte de informação?
Depende. A questão que se coloca mais é na recolha de imagens. Quando houve um atentado na Maratona de Boston, todas as cadeias de televisão americanas recorreram às imagens de telemóvel, porque essas foram as primeiras que apareceram e quanto a isto estou de acordo, embora tenha que ter um filtro. Não é qualquer imagem que pode entrar porque há um olhar de repórter fotográfico que não é necessariamente o olhar do amador. O que eu não aceito em definitivo sem tomar uma quantidade de cautelas é que haja jornalistas autonomeados, só porque foram testemunhas do local, e façam eles o relato da notícia. Do meu ponto de vista eles continuam a ser testemunhas, não são jornalistas, não são o repórter. São testemunhas, e é um testemunho a que se deve recorrer mas não se deve tomar imediatamente como uma fonte jornalística porque não é, se assim fosse não fazia sentido nós ensinarmos jornalismo a quem quer que fosse, nem ensinar princípios técnicos e princípios deontológicos. Há uma abordagem jornalística ao assunto que não é igual a abordagem de uma testemunha. Já mais será.

O curso de jornalismo na Universidade de Coimbra está a celebrar 20 anos. Acha que nestes últimos anos, em que o jornalismo passou a ser leccionado como curso superior, o jornalismo tem piorado ou melhorado?
Vamos falar do caso português. O grande problema do jornalismo atualmente é o seguinte: as receitas publicitárias têm caído muito e isto é a maior ameaça à liberdade de imprensa que pode existir. Nós, ao contrário do que alguns às vezes tentam fazer querer, não temos nenhum problema de liberdade de imprensa: a opinião é absolutamente livre, a investigação é livre, tudo isso é livre até sob o ponto de vista de influências políticas. Quando se chega ao ponto de vista empresarial as coisas piam mais fino e aí estou altamente preocupado. Quando se chega à situação de um jornal ter dois anunciantes que respondem por setenta por cento da faturação de publicidade, a liberdade desse jornal criticar esses dois anunciantes fica altamente diminuída. E isto não é em abstrato, é em concreto. Existem n situações que se verificam. Muitas saltam para o domínio público, dão escândalo mas a maior parte ninguém sabe. É tudo feito... eu nem diria por baixo da mesa, é tudo feito em acordo tácito entre a redação e o departamento comercial. Eu assisti ao princípio disso quando era diretor da Sábado e uma das razões da minha demissão foi justamente resistir às pressões de um anunciante mas aí ainda era a pré-história, as coisas eram um bocadinho frontais: " - Miguel nós precisamos de meter esta notícia porque o anunciante gosta." E eu dizia sim ou não, quer dizer, dizia não, e foi o caso: vim-me embora. Mas agora a coisa é muitíssimo mais subtil e acho que na cabeça dos próprios jornalistas já há um mecanismo de autocensura. Eles sabem que há determinados interesses económicos e empresariais que são intocáveis porque são eles que lhes pagam o ordenado, no fim de contas.
Quando comecei a fazer jornalismo, nos jornais, havia uma regra de ouro: as vendas pagam os custos redatoriais e editoriais e a publicidade paga os custos administrativos. Isto era o equilíbrio saudável de um órgão de comunicação escrito. Um jornalista para fazer uma grande investigação num jornal ou na televisão tem que estar mobilizado dois ou três meses só para aquilo – tive o grande privilégio de trabalhar no programa da RTP Grande Reportagem onde as pessoas faziam quatro reportagens por ano, nas quais estavam três meses a trabalhar. Isto hoje em dia é impossível, é incomportável financeiramente portanto a qualidade da informação é pior, não é só por mecanismos de autocensura em relação a interesses estabelecidos, é porque não há dinheiro para fazer bom jornalismo.

Voltando aos sites, temos reparado que há muita gente a preferir ler na internet do que no jornal. As faixas etárias mais baixas, incluindo os próprios estudantes de jornalismo, não andam com um jornal debaixo do braço, por norma, preferem ler as notícias nos sites. Ainda assim as receitas de publicidade não conseguem sustentar os sites. Como é que isto se explica?

[risos] Isso já nem sei explicar. O que acho curioso é que de cada vez que alguém se destaca num site por aquilo que escreve, fatalmente vai acabar na imprensa escrita e às vezes até na televisão e o mais curioso é que eles querem ir, ou seja, as pessoas que são lidas, naquilo que poderíamos chamar de alternativa à informação, que são os sites, não se importam nada e gostam de saltar para a imprensa tradicional. Será por uma questão de prestígio? Será porque aí são pagos e do outro lado não eram? Não sei. Há muitas razões aqui, mas isso demonstra que apesar de tudo há uma atração em relação à imprensa tradicional porque as pessoas têm noção que ali a informação é mais escrutinada. O jornalista chega a um jornal e tem que prestar contas perante os leitores, perante os chefes, perante os editores. Ali não há a liberdade total que há no site.

Como é que vê a agregação de conteúdos por parte dos motores de busca que também tem sido muito criticada?

Lavantam-se variadíssimas questões ao nível dos direitos de autor, não apenas do ponto de vista da informação, mas do ponto de vista da literatura, da música, de tudo. Teoricamente tudo é apropriável. Há sites de fotografias de tudo em que as fotografias são pirateadas das revistas e são postas lá. Há sempre o argumento que me dão que é "isto é a liberdade". Mas há aqui um problema de criatividade que não paga direitos a quem produz a criatividade.



Como é que imagina o panorama dos jornais daqui a dez anos?

Toda a gente me pergunta isso. E já tenho estado em várias conferências onde se discutiu esta questão e acho que ninguém tem uma resposta: isto é navegação à vista pura e dura. Por exemplo, a televisão, a maior parte das opiniões acha que os canais generalistas têm tendência a desaparecer e que a televisão se vai fragmentar cada vez mais em canais por conteúdos.



Isso já está a acontecer...
Já está a acontecer muito. E isso tem alguma similitude com os jornais. Um órgão de informação generalista onde há notícias que vão desde o Tribunal Constitucional até ao campeonato de futebol: isto tem futuro? Vai subsistir? Não vai subsistir? Para mim é muito difícil de responder, por uma razão: eu venho de uma geração que lia jornais intensamente, eu lia jornais muito antes de ser jornalista. Em casa dos meus pais eu lia constantemente jornais e revistas portugueses e estrangeiros. Fui educado no papel. É muito difícil para mim imaginar um mundo onde isso tenha sido tudo subvertido.

Por exemplo, os comentários que o Miguel faz na SIC são conteúdo pago no site da SIC, mas no youtube esses conteúdos são disponibilizados livremente. Será que a SIC não está atenta?
Está atenta, simplesmente não tem meios legais para se opor.

Como é que vê esta questão da liberdade da internet?
Vou dar-lhe um exemplo extremo. Eu tenho vários livros meus que estão disponíveis na internet sem me terem dado cavaco, sem me terem pago um tostão. A maior parte das vezes que eu e as editoras tentámos ir lá apagar aquilo não conseguimos porque o site está registado nos Estados Unidos, na Google e a Google não divulga o nome do fundador do site a menos que haja questões de segurança. E não podemos fazer nada. Eu acho que vai ter que se inventar legislação internacional sob pena de um dia o jornalismo não ser uma profissão ser apenas uma coisa que passa a estar ao alcance de todos. É como dizer que toda a gente pode pilotar aviões. Eu acho que como em qualquer outra profissão é preciso ter sklis para se ser jornalista, é preciso ter, pelo menos, uma educação técnica e profissional para o jornalismo e isso não pode ser subvertido.

E essa educação, neste momento, existe. O que é que acha dela?
Desatualizei-me. Eu fiz parte de uma comissão que estudou o conteúdo do primeiro curso de jornalismo que ia haver em Portugal e eu fui completamente derrotado por todos os outros membros porque eu queria introduzir disciplinas como a redação, Inglês e televisão e que não existiam na altura. O conceito de imprensa era uma coisa absurda. Estudar teorias de semântica e não sei que mais. E a partir daí desinteressei-me muito. Quando comecei a chegar a posições de chefia no jornalismo, chegavam-me muitos estudantes de jornalismo e todos eles, notavelmente impreparados. Não seriam todos impreparados, os que tinham vocação e talento estavam naturalmente preparados, era uma questão de os treinar, os outros não, ou seja, o curso não alterava grande coisa. Uma história que gosto de contar é: tinha um estagiário a trabalhar comigo e mandei-o recolher um depoimento de uma senhora que tinha assistido a uma prisão que tinha sido feita num monte, e eu só queria que ela descrevesse a cena. O estagiário andou muito nervoso e na véspera de ir disse-me assim: "Oh Miguel a entrevista é segundo o método de não sei quanto ou o método de não sei quê?" e eu disse-lhe: "desculpa lá mas não sei do que é que estás a falar." A teoria não me interessa nada.

Falta prática?
Falta prática aos professores. Falta-lhes prática no sentido de se colocarem no lugar do leitor e do jornalista.

É como na política? É muito trabalho de gabinete e pouco de terreno?
Em Portugal há uma coisa fatal na organização do jornalismo: um jornalista distingue-se como repórter e não vai passar a ganhar mais por isso, tirando em algumas televisões, o que fazem é promover o jornalista a chefe e ao promove-lo a chefe ele deixa de fazer aquilo que sabia fazer e que fazia bem, que era reportagem porque passa a ser responsável pelos outros que fazem reportagem. O exemplo acabo disto é a RTP onde eu estive alguns anos e onde um jornalista só progredia sendo chefe. Portanto quando as coisas funcionavam bem, ou seja, quando as nomeações não eram por via partidária, quando eram por via da competência, os tipos pegavam nos melhores jornalistas e faziam deles chefes o que queria dizer que os melhores jornalistas saiam da redação. Passaram a estar a cima e desabituaram-se de ir para o terreno e de fazer reportagem a sério. Eu conheci tipos da minha geração que eram prometedores jornalistas e passados vinte e tal anos eles nunca mais tinham feito uma entrevista, uma reportagem nem tinham montado um programa, nada.

Foi por isso que não aceitou o cargo de diretor geral da RTP?
Basicamente foi porque gosto de ler, escrever e pensar e não gosto nada de chefiar, detesto. E sabia que o cargo de diretor geral da RTP era um cargo sobretudo de chefia e tinha que resistir a influências e oitenta por cento de trabalho burocrático e isso não me interessa nada.

Os bons jornalistas são promovidos a chefes, e alguns deles não são também promovidos a comentadores?
São coisas diferentes. Completamente diferentes. Repare no Marques Mendes, Marcelo Rebelo de Sousa, Moraes Sarmento, José Sócrates, nenhum deles vem do jornalismo...

Estou a lembrar-me, por exemplo, do Miguel, do José Gomes Ferreira, Miguel Esteves Cardozo...
Miguel Esteves Cardozo não sei se se pode chamar de jornalista e também não sei se se pode chamar comentador. Ele é um cronista, que é uma coisa diferente... 
Não são necessariamente promovidos a comentadores aliás eu acho que há mais apetência do público, nomeadamente das televisões, por comentadores da área política do que comentadores que vêm do jornalismo, como é o meu caso. Aquilo que um comentador da área jornalística, como eu e o José Gomes Ferreira, podemos dar diferente dos outros, para além da independência, uma vez que não temos partido, é uma maior atenção à atualidade e uma maior atenção à forma como se transmite a informação. Se bem que estejamos sempre a fazer comentários eles estão sempre baseados numa informação atualizada e eu acho que isso se nota. Nós vamos fundamentados em factos. E isso vem do jornalismo. Hoje em dia não me considero jornalista porque não faço jornalismo. A única coisa que faço na imprensa é comentário mas a minha base é de jornalista. Se não fizesse comentário e estivesse numa redação enquanto jornalista a minha preparação era a mesma.

©Entrevista gravada em 3 de Setembro de 2013